quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sinestesia com tuas fantasias.

Jaz aqui uma moça, parou de acreditar, parou de amar, parou de escrever e até de comer. Jaz aqui a moça que muito entendia de pouco, que corria na tentativa de tocar as cores que a melodia ia fazendo tocar e pintar os ares. Jaz aqui a moça que visitava os lugares pela paz e agora está aqui apoiada na própria, abraçada a própria. Eu, a tal e falada moça, estava por aqui embalada por algumas pausas, sufocada por alguns ritmos, sorridente pelo próprio encanto que encobria a fantasia.

Dizia mamãe que as fadas não mais visitariam-me quando virasse gente grande, dizia que não poderia mais montar em meus unicórnios ou ainda sujar-me com minhas cores. Dizia ela e mais algumas amigas que as árvores não mais aceitariam minha presença, seria rejeitada pelos galhos e chutada pelas folhas, de lá de cima, com minhas mangas e outras frutas. Ainda passava pelos meus ouvidos a melodia que não poderia dançar na ponta dos pés, ainda flutuava as palavras em minha frente, as mesmas que faziam meus olhos brilharem e minha gargalhada estremecer qualquer flor por perto.

As fadas sumiram, meus unicórnios morreram e as árvores apodreceram. Jaz por lá a criança que um dia eu via. Hoje, jaz a moça aqui que por algumas lágrimas sofreu, transbordou, derreteu e molhou. Molhou as cartas não enviadas, as poesias não cantadas, as flores não pintadas, a paz não abraçada, o campo não visitado, o beijo - molhado - não dado, o afago perdido e o riso desiludido. Agora, estou aqui, antes do meu "Jaz" já falado, buscando a sinestesia. Buscando ouvir as cores e ver os sons assim como li uma vez em um canto onde o sorriso era instaurado, a calma fazia morada, a simpatia vivia relaxada e o amor pelas rimas em ritmos era comportada, ou espalhada no decorrer das horas.

Porém antes de meu "Jaz" apareceu um moço. Este fez aparecer minhas fadas, reviver meus unicórnios e crescer minhas árvores. Este fez a alegria emergir com apenas o silêncio. Este moço, é a magia em alma, este moço é a alegria de criança em alma de gente grande. Leia as cores, ouça as palavras e veja a melodia e entenderás que a magia não necessita ter sentido ou idade para acontecer.

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